Desde que um tsunami atingiu o sul da Ásia em 26 de dezembro de 2004, os Leões levam ajuda e esperança às vítimas.

Onda após onda

Em 26 de dezembro de 2004, ocorreu um terremoto de magnitude acima de 9,0 sob o Oceano Índico, perto da costa oeste de Sumatra, na Indonésia. Poucas horas depois, uma série de ondas imensas de até 15 metros atingiu 11 países ao longo da orla do Oceano Índico. Mais de 230.000 pessoas perderam a vida e mais de um milhão ficaram desalojadas em consequência do tsunami do sul da Ásia, aquele que provocou mais mortes na história.

“O mar levou tudo”, disse Ranjan Jayawardane, um associado do Lions Clube West Wellawatte em Colombo, Sri Lanka.

Os Leões estavam entre os primeiros na cena para fornecer ajuda às vítimas, respondendo com a sua própria onda de generosidade e carinho. No Sri Lanka, o Lions fez parceria com o governo para organizar o socorro, 16 horas por dia trabalhando para enviar suprimentos e montar barracas nos acampamentos para as vítimas. Oitenta Leões da área médica ofereceram-se para prestar os primeiros socorros perto de Chennai, na Índia, enquanto cerca de 70 clubes distribuíam alimentos e roupas. Na Indonésia e na Tailândia, os clubes locais forneceram comida, roupas, abrigo e assistência médica aos refugiados.

A Fundação de Lions Clubs International também se mobilizou para enviar ajuda. LCIF havia criado modelos de medidas em caso de catástrofes para ajudar os Leões a agirem rapidamente nestas situações depois dos ataques contra o World Trade Center em Nova York em 11 de setembro de 2001. Os modelos estimam os fundos que serão necessários, através da análise das áreas e do número de pessoas afetadas, necessidades atuais e futuras, por quanto tempo se espera que devam durar os esforços de recuperação e outras considerações. Assim que a notícia do tsunami chegou a LCIF, os Leões colocaram os modelos em prática e começaram a angariação de fundos.

Os Leões angariaram US$ 15 milhões. Cada dólar arrecadado foi distribuído aos Leões da Índia, Indonésia, Malásia, Sri Lanka e Tailândia para ajudar a reconstruir casas, escolas e orfanatos. Na ocasião, este era o maior esforço de reconstrução da história de LCIF.

“Algumas pessoas tinham perdido as famílias, tudo, mas os Leões estavam ao lado deles”, disse Sangeeta Jatia, ex-diretora internacional de Calcutá, Bengala Ocidental, e associada do Lions Clube Calcutta Midtown da Índia. “Havia alguém em quem eles podiam confiar”.

Muito tempo depois das ondas e do impacto inicial terem diminuído, os Leões de todo o mundo continuavam a dedicar tempo, energia e recursos, ajudando a reconstruir vidas e comunidades inteiras.

Cinco anos após o desastre natural, Luis Domínguez, ex-diretor internacional do Lions Clube de Mijas em Mijas Pueblo, Espanha, visitou um vilarejo no Sri Lanka o qual os Leões ajudaram a reconstruir. A comunidade, conhecida como “Vila Lions” pelos moradores locais, estava florescendo mais uma vez, com casas novas, um parque infantil e centro comunitário, além de máquinas de costura para ajudar a impulsionar o desenvolvimento econômico.

“O que se pode dizer sobre crianças felizes”? Domínguez disse, observando as crianças despreocupadas brincando no novo playground. “Vou deixar a critério da sua imaginação”.